Acredito que, muitas vezes que ouviu falar da Tailândia, a palavra prostituição tenha sido citada. Embora seja comum no país, prostituir-se não é crime, mas solicitar por sexo é.
Bangkok, Pattaya e Phuket lideram o ranking, mas até mesmo nas cidades do interior você pode encontrar garotas trabalhando em bares e oferecendo serviços sexuais. Há também os homens e transexuais neste mercado, que é predominantemente de mulheres.
Imagine um turista desavisado sendo seduzido por belas pernas tailandesas seguidas de sorrisos lindos e acolhedores?
É isso o que você encontra em algumas regiões do país, sem grandes dificuldades. Tailândia tem, desde templos e praias paradisíacas até Ping Pong Show, que é uma apresentação de mulheres usando seu órgão sexual para manipular objetos.
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Do budismo a prostituição: como a Tailândia virou uma das capitais mundiais do sexo
A prostituição começou com a migração de tropas norte-americanas da Guerra do Vietnã. As centenas de soldados escolheram Pattaya na Tailândia para passar alguns dias de folga. Naquela ocasião, a vila de pescadores só oferecia tranquilidade e belas praias.
Para agradar esses homens em busca de diversão, a construção de uma indústria do entretenimento em Pattaya deu início.
Logo, muitos tailandeses do interior começaram a se mudar para tentar a vida na cidade que mais crescia economicamente na Tailândia.
Victória na Bangla Road em Phuket. Rapaz oferecendo show e serviço de meninas com um cardápio na rua!
Hoje, a duas horas de Bangkok, Pattaya é a capital do sexo na Tailândia e um dos maiores distritos da luz vermelha no mundo, oferece todo tipo de serviço para maiores de idade: casas de massagem não tradicional, shows de ladyboys (transexuais), pompoarismo e shows de dança erótica.
Até 2018, a cidade recebia 1 milhão de homens em busca de profissionais do sexo.
Aviso: é importante saber diferenciar as casas de massagem. Existem as tradicionais tailandesas, que se vê aos montes por todo o país e as que oferecem “happy ending” (um final feliz, piada muito usada pelos turistas sobre esse tipo de estabelecimento).
Se o local onde você está tem incensos, decoração típica, profissionais com roupa tradicional e preços claramente anunciados, é uma casa de massagem tailandesa.
Agora, se as massagistas estão extremamente maquiadas e com roupas não tradicionais, você pode estar em um ambiente de prostituição.
A indústria do sexo na Tailândia
Muitas mulheres migraram de suas cidades do interior, deixando suas famílias em condições de pobreza, para ganhar a vida em algum distrito da luz vermelha na Tailândia. E elas sustentam não só seus filhos, mas também pais e avós. Essas famílias viviam em boas condições antes da pandemia do coronavírus.
O COVID-19 e a escassez turística geraram o desemprego dessas pessoas, que, junto com as casas noturnas clandestinas do ramo, movimentavam cerca de 6,5 milhões de dólares por ano. Isso representa 3% do PIB da Tailândia e cerca de 2 milhões de trabalhadores ligados à Indústria do sexo.
O governo ofereceu auxílio aos trabalhadores sem atividade remunerada durante a pandemia de cerca de 150 dólares durante três meses. Mas, o auxílio não as alcançou essas pessoas. Sem carteira registrada ou qualquer tipo de direito do trabalho, as profissionais do sexo na Tailândia não tiveram para onde correr.
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Típico bar na Tailândia que oferece danças e, se requisitado, prostituição.
Prostituição na Tailândia e o COVID-19
Pedindo para não ser identificada, nós conversamos com uma moça que trabalhava nessas casas e informou que ganhava cerca de quinhentos dólares semanais. Já hoje, por não ter essa fonte de renda, ela está trabalhando em um shopping.
“Alguns turistas queriam ficar comigo por mais tempo, semanas ou um mês. Cheguei a ganhar mais de dois mil e quinhentos dólares em uma semana. Antes vivia num apartamento mas, agora, moro em um quarto”.
Embora a realidade da nossa entrevistada seja essa, a maioria dos profissionais da indústria do sexo não é exatamente assim. Muitos, desde o começo da pandemia, preferiram correr o risco do vírus nas ruas do que ficar sem comer. Outras, voltaram às suas cidades natais, com pouco ou sem dinheiro e até com dívidas de aluguel e estudos. Há casos em que estão vivendo em quartos em condições sub humanas, sem ter pra onde ir, cortando refeições e vivendo de prostituição online.
Segundo a ONG Empower Foundation, os números relacionados a prostituição na Tailândia são ainda maiores que os registrados. Além de defender a legalização da profissão para que essas pessoas tenham direito à seguridade social, também acredita que chegue a 10% do PIB a representatividade financeira das profissionais no país. Há também pessoas lucrando demais com o trabalho delas e nenhuma segurança lhes é oferecida.
Nem tudo reluz, mesmo nas ruas do neon vermelho.
Em colaboração com: Ana Luiza S. Varella – Viagem a Sério
Os bares de Pattaya já estão abertos mas, a falta de turistas, ainda deixa as ruas bem vazias. Assista esse vídeo para entender um pouco a situação das tailandesas antes da pandemia e como está agora:
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